Estávamos quase no final de 2007, e, à semelhança do ano anterior em que também tive de ir ao hospital no dia seguinte ao meu aniversário, lá vou eu fazer os ditos exames ao IPO. A ecografia estava normal, embora se observasse uma zona densa na parte das cicatrizes. À partida, nada de preocupante. A tac pulmonar foi feita perante alguns olhares de pena dos técnicos. Isto porque sempre reparei que no IPO, os doentes mais novos, como era o meu caso, são sempre vistos dessa forma - Tão nova e já anda nisto?. E a cintigrafia óssea? A cintigrafia óssea era o meu maior receio nisto tudo.
Já há uns tempos que eu andava com algumas dores de costas. Não muito fortes, mas o suficiente para me incomodarem um pouco. Eu sempre pensei que fossem dores provenientes de más posturas, mas a verdade é que quando tive de fazer esse exame toda a minha cabecinha começou a matutar em coisas más. E se esta dor for provocada por uma metástase? Será o meu fim. E a verdade é que quanto mais eu pensava, mais a dor ficava forte e não passava.
Para fazer o exame injectam-nos algo na veia, temos de tirar brincos, relógios e tudo o que possa interferir, e temos de ficar uma eternidade de tempo deitados numa maca sem nos podermos mexer, enquanto a dita máquina passa a pente fino todos os nossos ossinhos, desde a cabeça até aos pés. É um exame demorado e que exige muita paciência e eu, embora tentasse pensar em coisas boas, só pensava no momento em que iria aparecer alguém naquela sala a dizer que tinham detectado cancro em algum dos meus ossos.
Saberia os resultados dos exames daí a cerca de duas semanas quando fosse à próxima consulta.
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