quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O que se seguiria?

Nesse fatídico dia 11 de junho após receber aquela notícia, fui logo ter com o médico ao IPO. Ele estava a dar consultas e iria receber-me logo que eu chegasse. Assim foi.

As notícias não eram de todo as melhores. Iria fazer mais uma cirurgia. Desta vez com maiores riscos do que as anteriores, sobretudo no que dizia ao risco de ficar com grandes sequelas a nível do nervo facial, que é como quem diz, fortes probabilidades de ficar com um lado da cara sem movimento e sem expressão. Medo, era o que eu sentia. Depois da cirurgia, teria de obrigatoriamente fazer radioterapia. Outro medo. Resumindo, só me restava respirar fundo e rezar, rezar muito.

O cenário foi tão negro que as duas estagiárias que ali estavam a assistir à consulta até pediram para sair, pois estavam a sentir-se mal. Talvez por me terem visto tão nova a levar com aquela avalanche em cima. Mas o médico, com o seu otimismo e confiança, só me dizia que eu iria ficar bem. Tinha a certeza disso. E eu, apesar de tudo, acreditei.

3 comentários:

Miscelânea disse...

A atitude das estagiárias é mesmo sem comentários...Tenho uma familiar que está na mesma situação :( Fez uma primeira cirurgia e, contra todas as evidências, as biópsias vieram positivas :( Vai ter também que remover a parótida e enfrenta esses mesmos riscos.

Anónimo disse...

Muita força para se superar esses momentos, não foi cancro que tive mas algo parecido e foi muito difícil lidar com tudo...

Anónimo disse...

Sigo o seu blog desde os tempos "áureos" de "o amor é um lugar estranho" e sempre me identifiquei muito com o escreve.. Qual n é o meu espanto qdo estou uns meses largos sem visitar blogs isto pq não tinha cabeça ( Foi me diagnosticado com 28anos e grávida de 7 meses um cancro da mama avançado com metástases nos ossos pulmões e fígado, deram me um mês de vida)e agora venho a saber que posso sentir me ainda mais identificada consigo pela infelicidade estamos a viver..esta é a primeira vez falo ainda q anonimamente disto pq não há nada q mais me irrite do q deixar de ser "eu" para ser apenas a doença. Eu estou aqui passado um ano contra todos os prognósticos,a melhorar,cheia de fibra mental,com uma bebé linda e tenho a certeza que irá correr tudo bem consigo pq tem aquilo q considero o mais importante para ultrapassar este obstáculo que é não se deixar abater psicologicamente.. a minha experiência diz me q esta doença é mais psicológica q física... Desejo lhe tudo de bom e continuo a acompanhá la por aqui...beijinhos